O processo de triagem: acolhendo a urgência subjetiva

A triagem consiste em um processo de acolhimento do sofrimento mental realizado a partir de uma escuta qualificada da urgência de cada um. É o primeiro contato do psicólogo ou do psiquiatra com o paciente e este contato inicial é crucial para o desenrolar do atendimento. Podemos dizer que acolhemos sujeitos em situação de urgência subjetiva, cujos sofrimentos se apresentam como sensações de abandono, comportamentos agressivos, dificuldades de cuidado com o corpo, escarificações, ideação suicida, dentre outros.

O processo de triagem visa identificar e compreender a experiência de sofrimento mental do sujeito, compreender sua dinâmica afetiva, determinar a prioridade do atendimento e orientar qual seria o tratamento mais adequado para cada caso, baseando as análises na gravidade e na intensidade do sofrimento e de sua condição.

Durante o procedimento de triagem, será preciso realizar uma anamnese, que consiste no esclarecimento dos motivos pelos quais o sujeito buscou atendimento; o entendimento do histórico dos sintomas e dos sinais apresentados pelo paciente ao longo da vida, apontando a história pregressa das suas condições mentais; e o resgate de sua história familiar e psicossocial.

A partir dos elementos colhidos durante a triagem, será possível elaborar uma resposta institucional mais indicada para cada caso, fazendo uso dos dispositivos institucionais para auxiliar o sujeito em seu tratamento. Há duas possibilidades de tratamento no Freud Cidadão: o acompanhamento ambulatorial e a clínica-dia.

O acompanhamento ambulatorial consiste no atendimento regular em psicologia e psiquiatria, cujo objetivo é buscar a estabilização do quadro mental. Esses atendimentos são extensivos aos familiares. Já o hospital-dia é um espaço de permanência dia, cuja adesão depende de um plano terapêutico singular. Neste espaço, o sujeito pode fazer uso dos dispositivos auxiliares existentes, que incluem oficinas terapêuticas e artísticas, além de atividades coletivas como grupos terapêuticos.