Facebook Instagram
TelefoneTelefone (ou WhatsApp): (31) 99218 0676

O TDAH e suas “comorbidades”

Escrito em: 24 de janeiro de 2024 Autor: Pedro Braccini
circulo retangulo

Gostaria de dar uma palavra sobre o que se convencionou chamar: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o TDAH, uma categoria diagnóstica dos manuais classificatórios dos transtornos mentais, que ganhou muito espaço nos últimos tempos, tanto no meio cientifico, quanto na cultura de um modo geral.

Não só crianças e adolescentes, que costumam ser o alvo preferencial desse diagnóstico e do tratamento para ele proposto, mas também cada vez mais adultos, tem nos procurado com uma demanda de avaliação para dificuldades no desempenho escolar ou no âmbito do trabalho, assim como outras dificuldades de outra ordem como, por exemplo, interação social.

Existe toda uma longa história e também controvérsias por trás da formulação conceitual desse transtorno. O TDAH é considerado como um transtorno da função executiva que pode ser incapacitante e de longa duração, suscetível algumas vezes de ter consequências graves, inclusive com riscos de distúrbios de conduta. Os seus três sintomas principais são a hiperatividade, o déficit de atenção e a impulsividade.

Entretanto as coisas não são assim tão simples nesse universo do TDAH. E o que me parece essencial ressaltar a esse respeito, é que esses sintomas comportamentais raramente se apresentam de uma maneira pura. Na maioria dos casos é descrito a presença de outros transtornos associados, como transtornos de aprendizagem, transtornos de linguagem, transtornos do desenvolvimento, transtornos opositivos, transtornos de conduta, transtornos ansiosos, transtornos compulsivos e aditivos, a tal ponto que o que seria uma forma pura do TDAH, segundo alguns dos próprios autores do conceito, seria na verdade uma exceção. A esse fenômeno de coexistência de uma gama de transtornos associados, se dá em medicina o nome de comorbidades. Existe então uma noção de que o TDAH é uma condição que vem associada a várias outras manifestações.

Essa falta de especificidade bem definida das manifestações sintomáticas isoladamente, é o que torna muitas vezes confuso esse universo do diagnóstico e do tratamento dessa condição. Mesmo que encontremos diariamente crianças apresentando distúrbios de hiperatividade e impulsividade, com dificuldade para fixar a atenção, ou adultos com esse histórico de comportamento, que parecem corresponder às descrições dos manuais classificatórios para TDAH, se nos dedicamos um tempo para conversar com eles  com disponibilidade, procurando saber, além dos sintomas, mais sobre a vida daquele sujeito, notamos que sempre se sofre também de outras dificuldades.

É por isso que no Freud Cidadão temos cuidado redobrado quando se trata de acolher crianças, adolescentes e adultos com suspeita ou diagnostico dessa condição, pois sabemos que a vida e o sofrimento de cada sujeito sempre são mais complexos do que pode supor um diagnóstico feito a partir de um conjunto de sintomas comportamentais. Propomos um estilo para lidar com o diagnóstico, que deve respeitar o mal estar único da trajetória de cada um que nos chega. Nossa equipe de médicos, psicólogos e artistas são muito sensíveis a uma abordagem que pode incluir o tratamento psicofarmacológico adequado para cada sintoma quando necessário, mas também as psicoterapias individuais e com a família, a interlocução com as escolas, sempre observando a singularidade de cada um.

Gostou? Compartilhe nas suas redes!

Conta pra gente: qual sua opinião sobre esse texto?

Todos os campos devem ser preenchidos. Seu email não será publicado.

Conhece os tratamentos e cuidados do Freud Cidadão?

Clique em uma das opções ou agende diretamente uma consulta clicando aqui ou ligando ou escrevendo (via Whats App):

Telefone (ou WhatApp): (31) 99218 0676 /
3213-7857 / 3227-2306